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Câncer na infância: pais podem recorrer à Defensoria para garantia de tratamento e suporte

Câncer na infância: pais podem recorrer à Defensoria para garantia de tratamento e suporte

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“Ela diz pra todo mundo que está curada”. Graciana Saraiva Cardoso, 31, narra a vitória da filha sobre o câncer. No Dia Internacional de Luta contra a doença na infância, dia 15 de fevereiro, a história de Graciele Saraiva Rodrigues, de apenas oito anos, comprova o quão essencial é o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a esperança. A Defensoria Pública do Estado (DPCE) pode ser determinante na garantia de direitos para quem precisa de suporte no enfrentamento à enfermidade.

Devido a um procedimento de retirada de um tumor ósseo, identificado como câncer, e instalação de uma endoprótese no fêmur, Graciele precisava ser submetida a sessões de fisioterapia. Foi quando a mãe recorreu à DPCE para conseguir o tratamento, primeiro chegou pelo Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) e o processo foi distribuído – por conta da idade da paciente – para a Defensoria da Infância. Em decorrência da atuação dos defensores, conseguiu o benefício. A garota faz as sessões em casa, no município de Martinópole. “Ela melhorou muito, graças a Deus, e já está andando direitinho. Ela tem o chinelo apropriado pra ela, por conta da cirurgia. Ela está bem, está feliz. No começo, ela não entendia. Pra ela, era uma doencinha. Mas agora ela entende e ela diz pra todo mundo que está curada”, finaliza a mãe.

A supervisora do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa) da DPCE, a defensora Karinne Matos pontua que caso algo seja negado, tanto pelo plano de saúde, quanto pelo SUS, no que se refere aos cuidados com a criança com câncer, os pais podem entrar em contato com órgão pelos canais remotos (telefone e e-mail) e, apresentando a documentação necessária e a Defensoria entrará com uma ação judicial. “Uma criança que tem leucemia e é destinada a ela um tipo de medicação, com um tipo de alimentação especial que o Estado ou o Município não disponibilizam e chega até nós, nós judicializamos porque essa criança não pode ficar sem esse aporte de alimentação nem sem a medicação”, explica.

Karinne Matos ainda destaca a importância da atuação da Defensoria na preservação dos direitos do cidadão com relação a solicitações referentes à área da saúde para pessoas que sofrem com câncer. “É uma doença realmente extremamente dolorosa, que abate toda a família. A família acaba adoecendo junto. Pelo menos emocional e psicologicamente a família fica fragilizada, porque quando se fala em leucemia já se compreende um contexto de morte. Mas as crianças têm uma vantagem muito grande e têm uma probabilidade de recuperação extraordinária”, ressalta.

Em levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontou que o estado do Ceará registrou o maior número de casos de câncer em crianças e adolescentes das regiões Norte e Nordeste com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS) registrados entre 2013 e 2019. Nesse período, o Estado acumulou 2.494 ocorrências.

A médica com formação em oncohematologia do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), em Fortaleza, Viviane de Oliveira ressalta a importância do diagnóstico precoce. “O diagnóstico é fundamental. É o primeiro passo, o grande divisor de águas na chance de cura”. Ela diz que os sintomas do câncer na infância são inespecíficos e podem confundir os pais devido à semelhança com uma virose. Entretanto, a persistência é um fator que deve deixar os pais em alerta e levá-los a procurar ajuda médica especializada. “Semanas ou meses fazem a diferença na recuperação final. Se você tem o diagnóstico precoce, você aumenta a chance de cura da criança”, afirma a médica, que pontua alguns sinais da doença: “a presença de gânglios (pequenas glândulas no corpo), perda de peso, falta de disposição, manchinhas roxas. Muitas doenças oncológicas trazem esses sinais. Se os pais não acharem uma justificativa específica, seja quadro viral ou uma infecção bacteriana, nesse caso, o diagnóstico deve ser feito o mais breve possível”, reforça.

Viviane de Oliveira destaca que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) dificultou o diagnóstico precoce do câncer na infância. Com medo de serem contaminados pela Covid-19, muitos pais evitaram ambientes clínico-hospitalares. “Se seu filho tem esse sinal, que você vê que não é normal, que está afetando a qualidade de vida da criança, que está persistindo, leve ao atendimento pediátrico”, salienta a médica.

Considerado o tipo de câncer mais comum entre crianças e adolescentes, a Leucemia Linfoide Aguda (LLA), quando diagnosticada precocemente, tem cerca de 75% de chances de cura. Por essa razão, é fundamental que os pais estejam sempre atentos. Caso necessitem de suporte na prospecção de insumos ou garantia de tratamentos específicos com relação à doença e não tenham condições de arcar com os custos, podem procurar a Defensoria para que alcancem maior celeridade na recuperação e cura da criança.

SERVIÇO

Núcleo de Defesa da Saúde – Nudesa – Fortaleza
Endereço: Av. Pinto Bandeira, 499, Eng. Luciano Cavalcante, Fortaleza – CE
Telefone(s): Ligue 129 / (85) 3101-3421

Hospital Infantil Albert Sabin
Rua Tertuliano Sáles, 544 – Vila União, Fortaleza
Telefone: (85) 3101-4200

Associação Peter Pan
Rua Alberto Montezuma, 350 – Vila União, Fortaleza – CE
Telefone: (85) 4008-4109