Debate sobre a saúde mental e o equilíbrio emocional marca edição do #NaPausa
O distanciamento social mudou profundamente o dia a dia de toda a população. As famílias precisaram adaptar a rotina para conciliar o trabalho com a atenção dada aos filhos, por exemplo. Por passar muito tempo em casa, todos tiveram a saúde mental impactada, apresentando sinais de estresse, raiva e ansiedade.
Dentro da campanha Janeiro Branco, a Defensoria Pública do Ceará vem promovendo uma série de debates nas redes sociais com objetivo de colocar a saúde mental em evidência, promovendo a conscientização sobre a importância da prevenção ao adoecimento emocional. Na última sexta-feira (22), o projeto #NaPausa recebeu ao vivo no Instagram @defensoriaceara o psicólogo Tom Trajano, especialista em gestalt-terapia, para tratar sobre “Saúde Mental e equilíbrio emocional”, contando com a mediação da psicóloga da Defensoria, Maria Aparecida Gonçalves Leandro.
O psicólogo Tom Trajano iniciou a live apresentando o conceito de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Saúde mental depende do bem-estar físico e social, lembrando que o conceito de saúde vai além da ausência de doenças. Esse conjunto é fundamental para que, como seres humanos, tenham plenas capacidades individuais e coletivas para pensar, nos emocionar, interagir uns com os outros e ganhar e aproveitar a vida”, destacou.
A psicóloga da Defensoria, Maria Aparecida Gonçalves Leandro, destacou que em Juazeiro do Norte, onde atua, o serviço psicossocial da instituição registrou altos índices de atendimento. De abril a novembro de 2020, período inicial da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a equipe na cidade teve 139% mais demandas do que nos mesmos oito meses de 2019. Foram 6.464 atendimentos nesse recorte de 2020 e 2.694 atendimentos na estratificação referente ao ano anterior.
“Falar de saúde mental está cada vez mais comum neste momento, mas, precisamos entender as diferenças entre saúde mental e equilíbrio emocional. Sendo assim, influenciam diretamente o comportamento das pessoas e podem oscilar entre polos opostos, como felicidade e tristeza, por exemplo. Nesse sentido, podemos entender a saúde emocional como aprender e saber lidar com os sentimentos. Desse modo, trata-se de compreender que as emoções constituem uma parcela muito significativa do cotidiano das pessoas, é portanto, imprescindível buscar encontrar o equilíbrio entre elas”, destacou Aparecida.
Tom acrescentou que as mudanças físicas, emocionais e sociais tornaram todos vulneráveis às condições de saúde mental. “Com certeza esse período de pandemia foi um momento desafiador para todos e é importante destacar que não tem saúde sem o autoconhecimento. É fundamental a pessoa se conhecer e investir no seu conhecimento interior e para isso ela vai precisar se olhar, observar aquilo que está vivendo e as suas reações. Então, no contexto de pandemia, vivenciamos o clima de medo de adoecer ou perder alguém. Os indivíduos mais estruturados conseguiram superar a pandemia, claro que tiveram desconfortos, desafios e vivenciaram um luto porque perderam a liberdade, mas se organizaram. Já aqueles mais fragilizados sofreram e tiveram abalos muito fortes”, destacou Tom Trajano.
Mais uma conversa ao vivo vai abordar o cuidado com a saúde mental durante a campanha “Janeiro Branco”. Nesta terça-feira, dia 26, o psiquiatra Fábio Gomes falará sobre “Saúde mental e prevenção ao suicídio”, às 17 horas, ao vivo e de forma aberta pelo Instagram.
