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Diagnóstico precoce, tratamento e acolhimento da família são fatores importantes na doença de Alzheimer

Diagnóstico precoce, tratamento e acolhimento da família são fatores importantes na doença de Alzheimer

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Um esquecimento ou outro podem ser sinais da doença de Alzheimer? Como diagnosticar e tratar os sintomas? Como a família pode atuar diante da suspeita sobre a doença? A campanha Fevereiro Roxo busca conscientizar a população sobre observar possíveis sintomas, acionar um médico especialista quando necessário e tratar de forma precoce, caso haja a confirmação.

“O diagnóstico da doença de Alzheimer é dado juntando alguns subsídios e informações. Primeiro a gente tem aquela suspeita clínica, a partir da história que o paciente traz. Muitas vezes, uma história é trazida não só pelo paciente, mas, principalmente, pelos familiares. É muito comum o paciente não ter essa percepção de que tem alguma coisa errada acontecendo”, explica a médica geriatra Madeleine Sales de Alencar, professora do curso de medicina da UniChristus. Ela participou da 75a edição do projeto #NaPausa, conduzido por Ana Carolina Gondim, defensora pública e membro da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). 

A transmissão da conversa se une à campanha nacional pela conscientização do diagnóstico precoce e tratamento da doença de Alzheimer.  A primeira descrição da enfermidade remete ao ano de 1906, segundo lembra a médica. “Mas a gente ainda tem dificuldade no tratamento, porque  há uma taxa alta de subdiagnóstico”, comenta a geriatra, que alerta, contudo, que nem toda demência ou perdas de memória são sintomas do Alzheimer.  Também por isto se faz necessária a investigação sobre causa e tratamento. 

De acordo com dados da Abraz, em pesquisa divulgada no ano de 2019, 11,5% da população idosa do País tinha o diagnóstico da patologia. “A doença se apresenta como demência ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família”, explica o estudo. “Nem toda demência é Alzheimer, porém, em mais de 60% dos casos, o diagnóstico é de Alzheimer. Há outros casos, inclusive, de demências que são reversíveis”, explica Madeleine. 

A geriatra reforça que, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a população pode acessar especialistas e tratamento de forma gratuita, como a  distribuição de medicamentos. Por meio do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), familiares de pacientes diagnosticados podem recorrer à Defensoria caso tenham dificuldade de acessar medicamentos, tratamentos e insumos que deem qualidade de vida aos pacientes, como fraldas para adultos. 

A defensora pública Ana Carolina Gondim é voluntária da Associação Brasileira de Alzheimer e fala da importância da qualificação para pessoas que são cuidadoras de pacientes com Alzheimer. “Na Abraz, temos a opção de os cuidadores terem contato com outros cuidadores, palestras formativas, desde o familiar cuidador ao profissional que é pago para aquela função. A Abraz tem o grupo de apoio emocional e há os grupos informativos, por exemplo”. Ela fala sobre o impacto emocional no familiar cuidador e que esta pessoa também precisa ser acolhida, pois, por vezes, sentirá que está sobrecarregada. A Associação, portanto, pode funcionar como uma rede de apoio para que familiares e cuidadores aprendam a lidar melhor com as memórias que se embaralham e se esvaem. E, principalmente, cuidar destas pessoas diagnosticadas.

A programação do #NaPausa segue, com transmissões semanais. O público pode participar enviando sugestões de temas e fontes, para escola.superior@defensoria.ce.def.br