Núcleo de Habitação e Moradia acompanha retirada de moradores em ocupação no Centro de Fortaleza
A Defensoria Pública do Estado do Ceará monitorou, nesta terça-feira (30), o processo de retirada de pessoas que moram na antiga Escola Nossa Senhora de Aparecida e Jesus, Maria e José. O defensor público Lino Fonteles, supervisor do Núcleo de Habitação e Moradia (Nuham), esteve no local para acompanhar o remanejamento de cerca de 20 famílias que ocuparam o espaço há pelo menos dois anos. O despejo foi feito através de ordem judicial de reintegração de posse, em operação que contou com a Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
“Acompanhamos a situação desses moradores desde o início. Havia uma articulação para que fossem reassentados pelo Estado, o que ainda não ocorreu. Aqui, em diálogo com o representante a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), fomos informados de que eles serão direcionados para uma abrigo no bairro Quintino Cunha, de forma temporária. Lá serão acolhidos e haverá cadastro no aluguel social”, explicou o defensor Lino Fonteles.
Os objetos e pertences foram colocados em caminhões para que fossem levados ao abrigo. Apesar de tranquila, a retirada foi contestada pelos moradores. “Sou uma mulher que não faz nada de errado, mas tememos pela nossa segurança de sair daqui e ir para outro bairro desconhecido”, argumentou uma moradora. Os relatos eram seguidos por outros ocupantes e por membros de movimentos sociais de moradia. “Oficiaremos os órgãos de segurança pública para que garantam a integridade de todos os moradores”, afirmou o defensor do Nuham.
Os moradores foram levados em vans da Prefeitura. Segundo a Habitafor, depois de abrigados, os moradores também serão inscritos em programas de moradia. Abandonado há mais de 15 anos, o prédio é tombado pelo município e apresenta sinais de desgaste estrutural devido à falta de manutenção. A Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (Secultfor) planeja a reforma da edificação histórica.
Na próxima semana, o Nuham realizará uma reunião com os representantes dos moradores do antigo prédio da Escola Jesus, Maria e José. Também serão convidados os representantes de movimentos sociais que acompanham a situação das famílias. De acordo com o defensor Lino Fonteles, até lá, serão solicitadas informações à Habitafor, como a quantidade de pessoas despejadas, o processo de cadastro no aluguel social e as condições de moradia destas pessoas no abrigo.
