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Nusol realiza a décima edição da Oficina Pais e Filhos

Nusol realiza a décima edição da Oficina Pais e Filhos

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Texto: ANA PAULA LOPES
Fotos: ANA PAULA LOPES
Na última sexta-feira (23/2), o Núcleo de Solução Extrajudicial de Conflitos (Nusol) da Defensoria Pública do Estado (DPCE) realizou a 10ª edição da Oficina Pais e Filhos. A ação oferece apoio interdisciplinar para famílias assistidas pelo Núcleo com intuito de, por meio de rodas de conversas e vivência, fortalecer e orientar pais, mães e os filhos que estão vivenciando a fase de rompimento dos laços conjugais e os novos formatos familiares.

A defensora pública e supervisora do Nusol, Rozane Magalhães, ressalta que a instituição compreende a importância de auxiliar na manutenção dos vínculos e do respeito durante o processo de reestruturação. “Infelizmente é comum lidarmos com situações em que os casais e filhos não conseguem discernir que o divórcio não extingue a família. A Oficina Pais e Filhos já faz parte do nosso calendário. É um momento que planejamos com muita responsabilidade e compromisso, justamente para contribuir para o empoderamento e conscientização dos pais, evitando atitudes que tragam sofrimento, principalmente, dos filhos. Aqui, além do suporte jurídico, proporcionamos o acolhimento humanizado, uma escuta atenciosa por meio de uma comunicação aberta e construtiva”, realça a defensora pública.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, o Brasil registrou 386,8 mil divórcios. O número expressa um crescimento de 16,8% em relação ao ano anterior. Ainda conforme a entidade, a proporção de separações é maior entre os casais com filhos menores de idade – 48,5% dos divórcios.

Para a assistida Lorenna Ellen, a oportunidade veio na hora certa. Recentemente, formalizou o fim da união de nove anos. Ela e o ex-companheiro estavam separados de corpos há três anos, no entanto, no papel continuavam casados. Lorenna participou da Oficina com sua filha de nove anos, fruto do relacionamento. “Foi uma experiência muito boa, me ajudou a avaliar pontos e atitudes que precisam ser mudadas tanto para o meu bem-estar quanto para o da minha filha. Agora é seguir em frente, construindo uma relação saudável, que é indispensável para criarmos nossa filha. Apesar de não existir mais o vínculo matrimonial, seguiremos com a responsabilidade de criar e educar”, frisa.

Por incentivar a conscientização acerca das atitudes individuais durante o processo de separação, a oficina se torna uma ferramenta eficaz para o combate a alienação parental, uma prática que se caracteriza pela interferência psicológica na criança ou adolescente. Tamylle Fernandes Araújo, psicóloga do Nusol, esclarece que ainda é comum os relatos de crianças que vivenciam a situação. “A intenção da gente é criar um ambiente de (re)conexão desses adultos com esses filhos para evitar que situações de alienação parental e ou distanciamentos que possam resultar na fragilização da relação entre pais e filhos(as). Reforçamos sobre a essencialidade do trabalho em conjunto para a tomada de decisões que beneficiem o bem-estar emocional e psicológico dessa criança, independentemente de quaisquer conflitos pessoais entre eles. E buscar ajuda profissional quando necessário, respeitando sempre os sentimentos, emoções e percepções dos(as) filhos(as)”, frisa.

Estiveram presentes as defensoras públicas que atuam no Núcleo: Rozane Magalhães (supervisora) e Maria das Dores Falcão, juntamente com as colaboradoras Soraia Candea Portela e Vanessa Medeiros (acolhimento), Tamylle Fernandes Araújo (psicóloga) e Vivian Fontenele (estagiária de pós-graduação), com apoio de Karolina Vieira Nantua, Anderson Marcelo Fernandes, Mediatriz Camelo, Anielly Aquino, Rozilene Frota, que integram a equipe do Psicossocial da Defensoria Pública e ainda a psicóloga responsável pelas Oficinas do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Fortaleza (Cejusc), Mônica Santini.