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Crescem os atendimentos do setor de Psicossocial da Defensoria no primeiro semestre de 2023

Crescem os atendimentos do setor de Psicossocial da Defensoria no primeiro semestre de 2023

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O setor psicossocial da Defensoria Pública do Estado Ceará (DPCE) vem registrando nos últimos sete anos recorde de atendimentos. Ano após ano, os relatórios apresentam números cada vez maiores e refletem o trabalho da instituição para dar suporte a todos seus assistidos. Se comparado o primeiro semestre de 2023 com o mesmo período de 2017, data que iniciou a contagem de atendimentos, o aumento representa uma porcentagem de 74,5%. 

Criado para dar suporte e acolher aqueles que procuram a DPCE em busca de assistência jurídica, o setor é um amparo multidisciplinar que auxilia quem precisa acessar direitos muitas vezes já cansados e com a saúde mental abalada. Esse foi o caso de Márcia de Barros Ferreira, de 51 anos. Ela veio à instituição para resolver um caso de pensão alimentícia para seu filho e, após atendimento no Núcleo de Petição Inicial, foi direcionada ao setor de psicossocial. “Eu precisava conversar com alguém para entender tudo que eu estava passando. Elas sentaram comigo e me explicaram o tudo. Eu fui muito bem orientada”, destaca. Para ela, contar com apoio psicossocial na Defensoria é ser vista. “Esse serviço permite ajudar muita gente. É onde podemos desabafar e encontrar pessoas que estão trabalhando para tirar nossas angústias. Ele é importante porque acolhe a gente, principalmente nós que somos mães de crianças especiais, nós precisamos ser vistas”, disse. 

 Márcia faz parte dos mais de 14 mil assistidos que utilizaram o serviço psicossocial da Defensoria Pública só no primeiro semestre de 2023. Esse número é a junção dos dados disponibilizados pelos núcleos da capital e sedes do interior. Desde a implementação o setor tem sido acionado pela população. A linha de crescimento aponta que gradativamente, ano após ano, o departamento apresenta números cada vez maiores, saindo de 8.385 em 2017 para 19.102 em 2021, durante o período pandêmico, período mais crítico de saúde mental das pessoas e que necessitaram, por vezes, de apoio ao perder um ente querido.  Segundo a supervisora do serviço Andreya Arruda, durante a pandemia cada profissional ficava com um celular realizando a assistência via Whatsapp. “Com a pandemia muitas questões ficaram escancaradas, realmente a gente teve um boom, o que fez a gente ficar mais conhecido entre a população”, pontua. 

“O público que a gente atende é um público vulnerável e que, muitas vezes, por trás da demanda jurídica tem algo a mais. Por exemplo, um assistido vem resolver um divórcio, mas durante a conversa nós percebemos que ele está tendo problemas com um filho autista ou com um familiar que precisa de uma medicação. Então, aqui nós buscamos fazer uma assistência integrada para tentar ajudá-los também com outros encaminhamentos”, explica a supervisora do serviço Andreya Arruda.

 O papel do defensor público na efetivação desse serviço é de extrema importância, porque é ele que faz a escuta ativa do assistido e faz encaminhamentos ao setor. De acordo com Anna Kelly Nantua, defensora pública titular do Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Nudem), é muito importante esse trabalho para auxiliar os defensores a ampliar os espectros de demandas daquele assistido. “A equipe do psicossocial cuida dessa parte emocional, no sentido de acolher e fazer os encaminhamentos que a pessoa necessite dentro da assistência social ou dentro de um acompanhamento psicológico, por exemplo, através das nossas instituições parceiras. No caso do Nudem, é uma continuidade do atendimento dessa mulher, auxiliando para que ela não retorne para aquele ciclo de violência, seja empoderada e rompa definitivamente o ciclo de violência na qual ela estava inserida”, destaca a defensora.