Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Rede Acolhe e SESA planejam fluxo para criar atendimento à saúde mental especializado a vítimas de violência

Rede Acolhe e SESA planejam fluxo para criar atendimento à saúde mental especializado a vítimas de violência

Publicado em

A equipe do Rede Acolhe, programa da Defensoria Pública do Ceará (DPCE) voltado para atender as necessidades de vítimas de crimes violentos, participou de uma reunião com a Secretaria de Saúde do Estado, na tarde desta quinta-feira (16/3). O encontro foi direcionado à pasta de Políticas de Saúde Mental, chefiada pela médica Maria Vaudelice Mota, e tratou sobre a crescente demanda dos assistidos por cuidados e tratamentos especializados em saúde mental.

Representando a Rede Acolhe, a defensora pública Gina Moura, coordenadora do programa, a psicóloga Jéssica Cavalcante, o sociólogo Thiago Holanda e as assistentes sociais Ingrid Melyna e Mabel Castro participaram do momento com a secretária executiva e colaboradores da pasta.

Para a defensora Gina Moura, o tema é bastante relevante tendo em vista que muitos assistidos têm dificuldades para encontrar atendimento dentro da rede pública. “Isso ainda é mais grave porque não há uma preocupação com um atendimento especializado ou preocupado pela dinâmica da violência. O que percebemos é que, diante da ausência de um serviço mais próximo e primário, há o agravamento das questões mentais, o que tende a levar o nosso público a situações extremas como, por exemplo, tentativas de suicídio, uso abusivo de álcool e drogas, o que desemboca para o atendimento de alta complexidade e hospitalar”, explica.

Segundo a psicóloga Jéssica Cavalcante, a saúde mental é uma das demandas mais recorrentes entre os assistidos. “Observamos que há um aprofundamento ou um adoecimento psíquico em decorrência dessa violência sofrida, seja das vítimas diretas ou das vítimas indiretas. Então, há um sofrimento psíquico e tenso que reverbera em todos os âmbitos da vida dessa pessoa. Afeta a vida social, comunitária, afeta questões de trabalho, de emprego e de renda – que aí tem uma consequência no aprofundamento das vulnerabilidades sociais. Tudo isso em decorrência de uma perda de um ente querido ou de uma violência sofrida de forma violenta”, pontua Jéssica.

O encontro permitiu à SESA conhecer sobre como a Rede Acolhe atua, como é feito o acesso à vítima. Além disso, a secretária e sua equipe mostraram preocupação com as questões trazidas pela equipe do projeto, com recomendações e proposições para efetivar esse fluxo de atendimentos aos assistidos. Uma nova articulação está prevista para abril.