Posso ajudar?
Posso ajudar?

Site da Defensoria Pública do Estado do Ceará

conteúdo

Defensoria pauta o poder do sonho na vida de pessoas trans e travestis em série especial de reportagens

Defensoria pauta o poder do sonho na vida de pessoas trans e travestis em série especial de reportagens

Publicado em

Em alusão aos 20 anos do Dia da Visibilidade Trans e Travesti no Brasil, celebrados em 2024, a Defensoria Pública do Ceará (DPCE) publicou entre 29, 30 e 31 de janeiro e 1º de fevereiro a série de reportagens “Sonhar é Resistir”, na qual discute, a partir dos relatos de dois homens trans, uma travesti e um pessoa não binária, o lugar que o sonho ocupa na vida de cada um(a).

Enzo Gomes, Mabel Castro, Lucca Gabriel e Dary Bezerra falam sobre diferentes perspectivas de sonhos. Materiais ou não, são esses sonhos o que fazem todas essas pessoas serem quem são e o que ainda podem vir a ser. Porque sonhar é um ato revolucionário. É resistir, em especial se falamos de um país, como o Brasil, que lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans e travestis pelo 15º ano consecutivo.

“Ser uma pessoa trans e sonhar em uma sociedade conservadora, fundamentalista, machista, misógina, LGBTfóbica e transfóbica é muito difícil. É uma audácia. Mas uma audácia que a gente não abre mão”, diz a presidenta do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Dary Bezerra, que atua em favor da população LGBTQIAPN+.

A assistente social Mabel Castro sintetiza bem a audácia da qual Dary refere-se: “todas as vezes em que me faltou o sonho me faltou a vontade de ficar viva. Não sei teorizar sobre isso, mas na minha vida o sonho representa exatamente a vontade de estar viva. Eu sinto que sonhar me faz viver. Então, realizo sonhos pra ter mais sonhos pra poder viver mais.”

Para Lucca Gabriel, o sonho tem que ser coletivo. “A partir do momento que acontece a retificação e eu tive a oportunidade de ser realmente quem sou, posso dizer que sou uma pessoa feliz. Eu me imagino fazendo uma coisa melhor para essas pessoas. Não é só tipo “ah, eu já me retifiquei e o resto é resto”. Não é. É uma luta conjunta. Não é uma luta sozinho.”

Já Enzo Gomes deseja ressignificar a própria história. “Quero ser pai para ter a possibilidade de ser melhor do que os meus pais foram. Quero engravidar, gestar, aceitar a pessoa que vem do jeito que ela é. Quero também trazer essa perspectiva de outras paternalidades, sabe? A gente entende que a figura paterna no Brasil é miserável. Os pais abandonam as crianças ou nem registram as crianças. Então, meu sonho hoje em dia é ser pai.”

CONFIRA AS REPORTAGENS.
Enzo e os sonhos de ver a barba crescer, ter uma vida confortável e ser pai
Mabel e o sonho de uma rede na varanda com sorvete de tapioca
Gabriel e o sonho de se qualificar, crescer e amparar outras pessoas trans
Dary e o sonho da sabedoria ancestral da felicidade