Defensoria lança “Afrofuturo”, série em alusão à Consciência Negra para exaltar existência do povo ancestral
A Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará (DPCE) lança nesta terça-feira (16/11) mais uma série especial de conteúdos. Intitulado “Afrofuturo: por uma consciência negra”, o material reúne reportagens para o site oficial da instituição e peças nas redes sociais sobre aspectos fundamentais à existência de um dos povos mais importantes à fundação e ao desenvolvimento do Brasil.
Os internautas serão apresentados diariamente a depoimentos de assistidos, assistidas, defensores, defensoras, colaboradores e colaboradoras da DPCE sobre questões como empoderamento, autoestima e intelectualidade. Haverá também análises de especialistas sobre os temas, definidos de forma estratégica para garantirem ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado no próximo sábado (20/11) e motivo pelo qual o mês todo é chamado de Novembro Negro, um debate público mais honesto e menos estigmatizado sobre a população preta e parda.
As publicações acontecerão até a próxima terça-feira (23/11), com as histórias e análises de hoje girando em torno de uma palavrinha cada vez mais frequente nos debates públicos: representatividade. “Negros e negras, em especial mulheres, são o público principal da Defensoria. São essas pessoas que chegam aos nossos balcões diariamente em busca da garantia de direitos básicos. É para elas que a instituição existe. Sendo assim, é a existência delas que devemos exaltar. Se podemos falar da potência do povo negro, em vez de reforçarmos apenas a violação de direitos, vamos falar da potência do povo negro! Mas não só esta semana”, afirma a coordenadora de comunicação da DPCE, a jornalista Bianca Felippsen. Durante todo o ano, a Defensoria dos estados brasileiros exaltaram a potência das negras e negros em campanha nacional “Defensoras e Defensores Públicos pela equidade racial”.
O componente visual do especial também foi definido a partir da perspectiva do povo negro. A estética é o que se tem chamado de “afrofuturismo”, um movimento que enaltece cores, texturas, formatos e, principalmente, projeta uma imagem positiva da negritude. Algo reivindicado há séculos por uma população que ou é invisibilizada ou estigmatizada.
“Para um estado como o Ceará, que nega a existência e a importância do povo negro, esse é um especial ainda mais simbólico pelo fato de, além de amplificar a voz de pessoas negras, ou seja, mostrar que elas existem sim por aqui, também coloca a pauta para além do racismo. Porque a vida do povo negro realmente não precisa se resumir a isso, muito embora seja extremamente afetada pelo racismo estrutural. Mas se nós somos um povo cultural e intelectualmente riquíssimo, cuja contribuição para a humanidade é imensa, por qual motivo não podemos falar disso? Podemos e vamos”, afirma o jornalista Bruno de Castro.
O PORQUÊ DA DATA
O dia da consciência negra nasce como uma homenagem a Zumbi dos Palmares e foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Zumbi é um símbolo da resistência preta frente à ostensiva colonização e ao legado escravista. Foi o Movimento Negro Unificado, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, que elegeu a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.
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